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06 junho, 2017

A HISTÓRIA DO SURGIMENTO DA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA EM ANGOLA


Início da Igreja Adventista em Angola

O primeiro contato do movimento Adventista do Sétimo Dia em Angola foi estabelecido em 1922 pelo pastor William Harry Anderson, apelidado em Angola de "Kakongo", norte americano de nacionalidade, mas nascido no México, em 1871. Vindo da Namíbia, fez uma viagem de exploração, a fim de estudar as possibilidades de estabelecer a Igreja no país, a pedido do Comité Anual da Divisão (1922) presidido pelo Pastor H. Branson, seguindo assim, os passos de John N. Andrews o primeiro missionário
além-mar.

Pr. William Harry Anderson 
Ao atingir a margem meridional do Cunene, começou a anoitecer. Os jangadeiros (espécie de barco de pesca) recusaram-se a transportá-lo para outra margem do rio, em cumprimento ao horário estabelecido para o funcionamento da canoa. Por mais que insistisse, mesmo pagando um valor superior ao cobrado nos bilhetes de passagens, nada conseguiu. Ele tencionava passar a noite do outro lado da margem e pôr-se a caminho logo de manhã cedo. Na mesma situação, havia na margem oposta do rio um indivíduo, também de cor branca
(português), aguardando a travessia.

No dia seguinte, depois de atravessar o rio, o missionário W. H. Anderson deparou-se com uma cena horrível. Os leões tinham devorado aquele indivíduo que dormia no local onde o missionário W. H. Anderson tencionava passar a noite, tendo sobrado os pés nas botas!.


Em função do relatório dessa viagem exploratória, desembarcaram na cidade portuária de Lobito
Pr. William e esposa Mary Parrin, a segunda, após o falecimento da primeira 
(12º20`S de latitude e a 13º34` E de longitude), em 12 de Junho de 1923, além do próprio missionário W. H. Anderson, T. M. French, Secretário do Campo de Divisão Africana dos Adventistas do Sétimo Dia e J. D. Baker, cedido pela União Sul-Africana dos Adventistas do sétimo dia para trabalharem em Angola.
Depois que passaram alguns dias em Benguela, há 34 km do Lobito, tiveram a oportunidade de proverem-se de mantimentos indispensáveis. Seguiram no comboio (trem) para o interior. Primeiro pararam na Ganda (253 km). A cidade lhes agradou. Entretanto, souberam que a Missão Filafricana (Protestante) planejava estabelecer ali uma estação missionária, prosseguiram a viagem.

James Delmer Baker Jr. (1914-2008),
o Filho, que cresceu em Angola.
No comboio, conversaram com o capitão Morais, que se expressava em inglês. Ele era Administrador do Lépi (12º 52´15" S; 15º 23´54" E, altitude de mil 637 metros acima do nível do mar). A paisagem do Lépi é soberba, com montes e florestas. Lá há um rochedo com a forma duma cabeça de elefante, daí lhe vindo o nome de "tromba de elefante". Ele os convidou para que os missionários estabelecessem a Missão Adventista naquela povoação. No entanto, eles não foram bem recebidos pelos habitantes dessa vila.





Resolveram, então, ir até Mbongo (Bongo) onde residia o soba Cipopiakulo /Tchipopiakulo/ (O que diz os mais velhos) que os recebeu alegremente, principalmente por entender os benefícios que trariam para a região: educação, postos de saúde, condições de higiene e saneamento básico, como acontecia em localidades próximas onde funcionavam Missões Protestantes.

Pouco tempo depois, apresentaram o pedido formal para o estabelecimento de uma Missão no Bongo ao
governador Geral de Angola, que na altura se encontrava de passagem no Lobito, tendo sido deferido nos termos da legislação então em vigor 1923). Foi-lhes concedido um terreno inicialmente 300 hectares (1924) e depois de 620 hectares (1925). W.H. Anderson e esposa, James D. Baker e O. O. Bredenkamp e esposa
chegaram ao Lépi, em 27 de Abril de 1924, no primeiro dia da semana, Domingo, portanto. A esposa de J. D. Baker só chegou em 20 de Junho. W.H. Anderson ficou residindo no Lépi e os outros dois missionários no Bongo. Bongo dista 23 km de Longonjo, 18 km do Lépi e 80 km do Huambo.







Organização eclesiástica.

O Lépi foi a sede temporária do Campo Missionário do Sul do Atlântico, que abrangia a Namíbia e Angola. Em 1925, o Campo da Namíbia foi transferido para a União Sul-Africana dos Adventistas do
Sétimo Dia. Angola ficou integrado à União Equatorial que era formado pelos territórios: Camarões, África Equatorial Francesa, Ilha de Fernando Pó, Ilhas de São Tomé e Príncipe e Guiné Espanhola.

Nessa época a União Angolana era composta de quatro campos missionários: 1) Kimbundu, (distritos de Kuanza Norte, Zaire, Cabinda e Malanje); 2) Ovimbundu (distritos de Benguela, Bié e Kuanza Sul); 3) Huila, (distritos de Namibe, Huila e Cubango); 4) Quioco (distritos de Lunda, Moxico e Luchazes).


Congressistas do Bongo (2007)
Em 1928, Angola assumiu o estatuto de União Angolana, que se mantém até os nossos dias. Entre os anos de 1955 a 1957 ocorreu uma situação transitória, em que Angola e Moçambique formaram uma só União. Em 1959, a Missão de São Tomé e Príncipe passou a fazer parte da União Angolana permanecendo até os nossos dias. Em 11 de novembro de 1975, ocorreu a independência de Angola. Muitos missionários tiveram que abandonar o país. Nessa época havia as seguintes igrejas européias: a de Benguela, Bongo, Ganda-Cubal, Lobito-Catumbela, Luanda, luso, Namibe, Huambo e Lubango.

Do ponto de vista eclesiástico, em 1975, a União Angolana estava composta dos seguintes Campos Missionários: Bongo, Cuale, Huambo, Huila, Luanda, Leste (Luz e Lucusse), Namba, Quilengues, São Tomé e Príncipe. Com o crescimento da Igreja foram criadas Associações (Uma Associação é formada por um conjunto de igrejas de algumas cidades ou províncias). Assim, em 1999, a União Angolana possuía as seguintes organizações eclesiásticas: 1) Associação de S. Tomé e Príncipe (1959); 2) Associação norte (1982) que abrange as províncias de Luanda, Bengo, Malanje, Kuanza Norte, Uíge, Cabinda e Zaire; 3) Associação Centro (1983) – Huambo, Benguela, Kuanza Sul, Bié e Kuando Kubango; 4) Associação Sul (1984) – Huila, Namibe e Kunene; 5) Associação Leste (1985) – Moxico, Lunda-Norte e Lunda Sul.

Congresso Missão do Bongo (2007)
Presidência da União

Jan Paulsen, ex-presidente da Igreja Adventista no
mundo,
falando aos angolanos (2003)
A presidência da direção da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Angola esteve a cargo de: W.H. Anderson (1924-1935); C.W. Curtis (1935-1941); Peter Stevenson (1942-1950); Manuel Lourinho (1951-1956); Ernesto Ferreira (1957-1968); Armando Casaca (1969-1975); Pedro Balança de Freitas (1976-1990) – primeiro angolano, que nasceu no ano da fundação da Missão do Bongo; Vasco Cubenda (1991 -2000); Teodoro Elias (2001 – atual). (Para ver a lista atualizada do Presidente, Secretário, Tesoureiro da União e outros departamentais clique aqui). Angola, por muito tempo pertenceu à Divisão Euro-Africana. Atualmente faz parte da Divisão Sul-Africana-Ocenao índico (Southern Africa-Indian Ocean Division - Zimbabwe

Coral Missão Bongo



Pastor Ernesto Ferreira
















Pastor Armando José Simão Casaca
 (05/set/1921 - Coimbra, 04/dez/1991 -
Brasil, e dona Fernanda Maroco
Ribeiro Casaca, 45 anos de trabalho em Angola)


Estabelecimento de Missões e Igrejas
Missão do Bongo (1924, abril ) (Prov.Huambo)

A Missão Adventista do Bongo é hoje o mais saliente foco de projeção adventista em Angola. Se fosse no Brasil, teria a mesma importância histórica do IAE (Instituto Adventista de Ensino ou melhor, Centro Universitário Adventista de São Paulo - Campus SP). As duas primeiras residências, em casas de contextura provisória, começaram a ser construídas em 1924, seguindo-se uma terceira em 1925. Em outubro desse ano, chegou D. P. Harder para ocupar o Departamento da Educação. No ano seguinte, no local, onde mais tarde foi levantada a igreja, começou-se a construir uma escola que foi inaugurada em 1927 . No tempo de O.I. Fields (1931-1942) esta escola foi substituída pelo Instituto Adventista do Bongo, notável edifício que ainda hoje conserva de pé as suas paredes. 

Ainda, foi foi ano (1927) que se deram as primeiras campanhas evangelíticas que se têm notícias, nomeadamente em Emanha, Aienja, Iava e Gonga. Em 1954 foi inaugurado o residencial das meninas e em 1963 o das rapazes. Até a década de 90, Bongo era o principal centro de formação de Teologia de Angola (Seminário Adventista do Bongo - Bongo Adventist Seminary).

Missão Adventista do Bongo (vista aérea)




Missão da Luz (também conhecida como "Missão Mufeje" (1925) (Província de Lunda) 

O local dessa Missão foi explorado por W.H. Anderson no verão de 1924, quando foi recebido pelo soba Mualengue (1924). Os primeiros missionários que aí se estabeleceram foram O.O. Bradenkamp
Estacionamento dos congressistas do Bongo (2007)
e sua esposa. Ao chegarem, aguardava-os o Pastor Anderson e sua esposa, que tinham limpado parte do terreno e levantado uma palhota de capim, que os Bredenkamp ocuparam depois da partida daqueles obreiros. Em 1927, essa missão já possuía: uma casa do Diretor e do obreiro, um edifício provisório para que acolhia 200 pessoas, um armazém com um alpendre para carpintaria. Em 1929 foi construído um dispensário, com Senhorita M. Fourie como enfermeira. Em 1949 começou a ser construída pelo pastor E. L. Jewell uma escola, que foi inaugurada no ano seguinte. Entre os Diretores que passaram pela Missão da Luz destaca-se o Pastor Manuel Salustiano de Castro.

Pr. Manuel Salustiano de Castro
Pr. Manuel Salustiano de Castro, casado com a irmã Aninha Staroski, trabalhou em Angola em dois períodos (1947-1958) e (1970-1974). Ele é natural de Funchal, Ilha da Madeira, estudou (1937-1942) e radicou-se no Brasil. Foi Diretor da Missionário na Missão da Luz (Missão Mufeja) e em 1956 foi Diretor da Missão do Bongo. Trabalhou trambém em Benguela e Luanda. É (co)autor do livro "Aventuras do Missionário Manuel de Castro: entre os leões de Angola", (2005), CPB, Tatuí (Brasil).Atualmente vive em Curitiba (Brasil). 












Igreja da Missão da Luz 
















Sede da União (1927)
Em 1927 foi adquirido na "futura" cidade do Huambo um terreno onde foi construído, por T.R. Huxtable, o edifício da União. Lá funcionou desde 1929, um dispensário, que no tempo da Sra. Cútis, atendia de 50 a 100 pacientes.








Angola Union MissionMissão da Namba (1928) (Kuanza Sul) - Esta Missão foi estabelecida por James Delmes Baker, que se fixou em novembro de 1928. A escola foi construída em 1956. O edifício
Sede da União Angolana, no Huambo
da Igreja foi inaugurado no princípio de 1961, sendo
Diretor da missão o pastor Vitorino Chaves.











Sede da Missão da Namba [1]Missão do Lucusse (1932) (Prov. Moxico) - O.O. Bredenkamp chegou ao Lucusse em Junho de 1932, começando logo a construir as primeiras infra-estruturas – residências e escola. A escola definitiva da missão foi levantada em 1952, sob a direção do pastor António Coquenão Lopes.

Missão do Cuale (1934) (Prov. Malange) - A missão foi estabelecida, em 1934, por E. Bukley. Os cultos eram feitos debaixo de árvores. Em 1949 foi construído por O.U. Giddings o dispensário da Missão. Todas as despesas foram suportadas por ele. Naquela época, quem tinha dinheiro davam-no, mas as ofertas eram dadas em espigas de milho, trigo, centeio, abóbora, algumas batatas, ovos e cuia com feijão. Um belo edifício da Escola foi construído em 1953, sendo o Diretor o pastor Ataíde Candeias. Em 1962 foi inaugurado o dispensário, com a irmã Mercedes Esteves como enfermeira-chefe. Em 1963 o amplo edifício da Igreja foi inaugurado (dedicado) pelo Pastor Carlos Esteves.

Igreja do Cuale 

Missão do Quicuco (1953) (Huila) - Uma vasta propriedade foi adquirida em 1931. Só em 1952 que foi enviado o Pastor José de Sá, que nessa Missão dirigiu (1952-1975) a construção de duas residências, uma capela, um dispensário (Quicuco Dispensary), inaugurado em novembro de 1958. Em 1966, foi inaugurada uma ampla e formosa escola, com os respectivos residenciais feminino e masculino. Vale destacar que as camas eram feitas de varas e capim com pano sobre o capim e um cobertor.

Pastor José de Sá
Missão de São Tomé (1938) - Em 1938, estabeleceu-se na cidade de São Tomé o primeiro missionário Adventista – José Freire. Em 1946, começou a funcionar, com Capitolina Grave como primeira diretora, a escola Primária, que se tornou um prestigioso centro cultural, onde estudaram alguns alunos que após a independência vieram a desempenhar funções de destaque na administração pública. O edifício definitivo da igreja foi inaugurado em 1 de dezembro de 1956, sob a direção do pastor Eliseu Miranda. Em 1966 começou a funcionar a escola das Neves. Outro edifício de Igreja seria inaugurado em santo António do Príncipe, em 19 de Abril de 1967 pelo Pastor João Chaves. A Missão de São Tomé e Príncipe fez parte da União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia até 1959, tendo nesse ano passado a pertencer na União Angolana. Em 1975 ocorreu um "cisma" no seio dessa Missão, onde um grupo dirigido Samuel Batista proclamando-a de União Santomense dos Adventistas do Sétimo Dia e do outro o Pastor Cosme da Mota leal às orientações superiores. Nos anos que se seguiram esses dois grupos se reconciliaram. Entre os pioneiros, obreiros e pastores que atuaram nessa Missão destacam-se: Afonso das Neves, Arlindo Miranda, Cosme da
Instalações da Missão do Quicuco 
Mota, Daniel Martins, Eliseu Miranda, Eliseu Xavier, Germiniano Rodrigues, João Chaves, João Esteves, José Freire, José Manuel Dias Marques, Juvenal Gomes Boneco, Manuel do espírito Santo, Manuel Quaresma da Cruz Lima, Orlando Albuquerque, Samuel Grave e Victorino Chaves.








Igreja de S. Tomé




Em 1955 foi inaugurado o templo de Benguela, onde já havia uma congregação Adventista desde 1947.

Igreja Central de Benguela

No Huambo, foi inaugurado em 1961 um “artístico Niemeyer” templo.

Igreja central do Huambo


No Lubango, em 1965, sob direção do Pastor Américo Rodrigues foi inaugurada uma igreja, mais tarde transformada em escola. Em 1971 foi dedicado o templo definitivo.

A Igreja de Lobito foi inaugurada em 18 de Fevereiro de 1968 (pastor J.P.F. Sicer).
Igreja Central do Lobito














Em agosto de 1969 foi inaugurada a Igreja de Luanda. Desde 1951 que seus membros se congregavam num salão alugado. 

Igreja Central de Luanda 

No Cubal, em 20 de Julho de 1968, foi inaugurada uma sala de cultos.

Outras igrejas foram inauguradas: Catumbela (1962), Caála (1964), Luena (1968), Malanje (1969), Ganda (Junho de 1974). 

Igreja da Ganda [1]

Obra educacional

Desde o estabelecimento da Igreja Adventista em Angola, uma das prioridades da ação missionária foi a obra educacional.

Em 1929, o Pastor João Gnutzmann e Lucinda e filha Noemi, casal brasileiro, desembaraçaram no porto do Lobito tendo sido recepcionado pelo Dr. Tonge, médico do Hospital do Bongo. Foram a Benguela e de lá ao Huambo de comboio. No Huambo foram recebidos pelo Pastor Anderson, pastor-geral da União Angolana. O Professor (Pastor) Gnutzmann organizou o programa escolar e todas as matérias em todas as classes, principalmente a introdução de novos métodos pedagógicos, principalmente acabar com a escola ditatorial. Nessa época era comum, por exemplo, o professor jogar uma faca num arbusto, à noite. Ao chegar no internato, chamava os alunos, dava as coordenadas do local, e pedia que os alunos localizassem e lhe entregassem aquela faca ainda naquela noite. Todos alunos saíam correndo. O aluno que conseguia localizar aquela faca, no meio da escuridão, recebia a nota máxima e os outros recebiam algum tipo de punição. Ainda, nessa época, na escola, os alunos eram casticados com "palmatórias" ou "reguadas" pelos erros ortográficos que cometiam.

Ulonguissi João Gnutzmann e Sra Lucinda 


Nas férias ia pregar nas aldeias distantes e vender livros. No Bongo lecionava das 12:30 às 17:30 cursos primários, normal e teológico. Ulonguissi João “professor João” como era carinhosamente chamado, ajudou a fundar a igreja em Nungulo, dirigido pelo messele José II e depois por messele Kayoya e outras aldeias com escola modelo: Katanda e Kalenga. Em Angola nasceram-lhes duas filhas: Enola (25 de janeiro 1930) e Alice (23 de Agosto de 1933). Entretanto, o primeiro cidadão branco a ser sepultado no Bongo foi o filho do Pastor Gnutzman, que se chamaria Mário. Na sepultura está a inscrição: aqui jaz, natimorto, um filho do casal Gnutzmann”. Permaneceu em Angola por 6 anos. Foram contemporâneos dos missionários Latgan, Hustable entre outros.

Eles tiveram que voltar ao Brasil porque governo português baixou uma lei que concedia a licença para lecionar para quem fosse português nato. A saída da família Gnutzmann “enlutou” os membros da época. Assim que chegou o caminhão os crentes se reuniram e começaram cantar enquanto as lágrimas desciam pelos rostos. As palavras do hino eram “Deus vos guarde até nos encontrar” .

Pastor Mário Abel, em sua passagem pela Europa em conferências evangelísticas [na legenda lê-se: O pastor Mário Abel, que recentemente visitou a Europa, saúda seus irmãos na fé, de Portugal].

Primeiros pastores consagrados
Os primeiros ministros ordenados em Angola foram: O.O. Bredenkamp e Thomas Huxtable (1930), Roy Burlew Parsons (1940), Herculano de Castro e Venâncio Chipopa (1942), Peter Stevensson (1943) Jeremias Minganjo e B. E. Sparrow (1947), Mário Abel, Dinis Capiñala, Alberto Chacussanga, Leonardo Mines, Isaías Gonçalves. O pastor Mário Abel, poliglota, grande pregador e confencista, uma espécie de Alejando Bullón angolano da época. O trabalho dele não limitou-se apenas em Angola, mas noutros países inclusive na Europa. 



Concílio de pastores do Distrito Eclesiástico do Kuanza Sul, no Sumbe
Escola primária de Quicuco [1]Em 1 de Dezembro de 1924, Angola possuía 15-20 alunos de todas as idades: desde 5 aos 50 anos. Em 1925 chegava D.P. Harder, encarregado de estabelecer o departamento da Educação em bases sólidas. Com ele trabalhou irmão João de Sá Pereira do lago, o
Instalações do Seminário Adventista do Bongo
Bongo Adventist Seminary
primeiro professor adventista vindo de Portugal.

Em fevereiro de 1927, Daniel Jahangala, mestre-catequista, um dos alunos, foi incumbido a dar início a uma escola rudimentar na aldeia de Yava, vindo a ser o primeiro obreiro adventista nativo de Angola. O seu ministério foi breve. Faleceu vitimado por uma pneumonia, em 1934. A cerimônia Fúnebre foi dirigida pelo Pastor-geral e traduzida pelo professor Gnutzmann, do inglês para o português. A emoção tomou conta do professor e ele não conseguiu chegar até ao fim da tradução, tendo pedido ao missionário Eduardo Buckler que completasse. A morte de Daniel causou grande consternação em todos. Ao enterro, foram inúmeras pessoas de aldeias próximas e distantes, muitas mulheres carpideiras, que cantavam em choro à semelhança das lamentações dos hebreus.

Outros angolanos também se destacaram na obra educacional. Na aldeia de Sakambuta, messele Lutero o primeiro mestre-catequista. O Joaquim Feliciano, ex-feiceiro, Teólogo.

Em 1930, chegou Olson I. Fields para a direção do Bongo. A escola experimentou um notável impulso com a chegada dele. Trabalhou desde 1931 a 1942.


Escolas rurais.

Ao saírem do Seminário, os novos obreiros dirigiam-se, em geral, a aldeias adventistas onde, a par de sua atividade religiosa, mantinham em funcionamento escolas rudimentares em que crianças e jovens davam os primeiros passos na sua carreira acadêmica.

Professor Ricardo Kangue na aldéia de Catuto, Ukuma, Huambo.


Em 1961, começaram a funcionar as chamadas Escolas Centrais, dotadas de bons edifícios escolares e de dormitórios separados para rapazes e meninas, onde era ministrado o ensino até à Quarta classe. Entre as principais destacam-se: Escola central de Bundas, Cachindongo, Cachindongo, Caluvombolo, Caluvombolo, Cangongo, Cassongue, Catapi, Catapua, Catenda, Caúri, Chalondo, Chilimba, Chitata, Conusse, Mualangue, Dongo, Esoquela, Européia, Galanga, Iava, Lucusse, Lumeje, Monte Belo, Muxixi, Nama, Nanba, Natepa, Quicuco, S. Tomé, Seles, Talala, Tchafinda, Xirimbimbi etc.

Em 1975 havia as seguintes escolas centrais que passaram à condição de Missão: Caúri (desde 1961), Gungue (1963), Chitata (1966), Colola (1966) e Sacambua .

Missão de Caúri (1954, 1962) (Prov. Huambo). Primeiro funcionou como escola Central. Depois passou à categoria de Missão sob orientação do Pastor Venâncio Chipopa, sendo o seu primeiro diretor o Pastor José Estavão.

Missão da Gungue (1963) (Huila). Estabelecida em 1953 por Carvalho Canguenda da Silva e promovida à Missão em 1963, sob a orientação do Pastor Ernesto Ferreira, tendo sido dirigida, inicialmente, pelo Pastor Samuel Siria.

 Missão da Chitata (1966). Explorada pelo pastor Ernesto Ferreira, mas aberta pelo pastor Domingo Paulo

Missão da Colola (1966) (Huambo). Estabelecida em 1951 pelo pastor Colino Chico Jango, tendo sido dirigido, inicialmente, pelo pastor Isaque Diamantino Tadeu.

Missão de Sacambuia (1966) (Moxico). Explorada pelo pastor Ernesto Ferreira

Em 1938, estabeleceu Houve uma Missão que não foi aberta. Trata-se daquela que seria Missão de Evale, há cerca de 60 km de Ondjiva.
Escola da Missão da luz [1]Em 1963 foram construídos os primeiros edifícios do Colégio Adventista do Huambo, com as respectivas instalações destinadas à direção, biblioteca, aulas, Laboratório, Trabalhos manuais, além do amplo Ginásio.

Publicações 

Em 1937 foi instalado um prelo “multigraph”, do qual, durante vinte anos, saíram, além das publicações, alguns livros escolares e hinários. Em 1957 iniciou-se a construção do edifício da Tipografia do Bongo que vei a ser inaugurado em 1958, tendo José da Silva Botelho como superintendente. A obra de publicações, a princípio extremamente rudimentar, destinada apenas à preparação de lições de Escola Sabatina, cartas missionários e algum material escolar. Em 1959 foi constituída a sociedade legal denominada “Casa Publicadora Angolana (S.A.R.L), com sede no Huambo. Foram gerentes: E.L. Jewell, Juvenal Gomes, Joaquim Sabino, Bela-Vista Félix, Jorge Agostinho, João Valério e Antunes Filipe.

Topografia do Bongo [1]Angola Publishing HouseEntre as principais publicações citam-se: Hinários em Português, Umbundu, Tchokwe (1961), o livro “Steps to Christ” de Ellen G. White para o português e Umbundu, Vida de Jesus, E.G. White, O Dom de Profecia, de C. B. Haynes, o nosso lar, de Ernesto Ferreira, manual de Culinária, além do Boletim Adventista (Revista Adventista) que saia regularmente.

O pioneiro na obra de colportagem foi Justino Rúben, que desde 1947 e durante os 25 anos seguintes percorreu o país de bicicleta, depois de moto e durante os últimos 12 anos num Citroen de dois cavalos. Em 1973 havia ao serviço 20 colportores efetivos e 13 ocasionais. Desde primeiros anos da novo milênio até a presente data o Dr. Faustino Ricardo Cangüe dedica-se em levar ou enviar livros, Cds e outro material evangelístico da Casa Publicadora Brasileira e é distribuído nas cidades de Luanda, Sumbe, Lobito, Benguela, Huambo, Lubango, Luena e outras cidades.

Informações estatísticas:
No quarto semestre de 1924, em Angola havia 6 membros batizados. Dez anos depois, 577 membros batizados. Em 1944, 1900 membros batizados. Em 1954, 7.276. Em 1964, 15.778; em 1975, 35.221; em 1998, 189.189. Angola registra, atualmente, 293.029 membros batizados de 947 templos, 1.015 grupos, 279 ministro ordenados ou licenciados. Em 1997 a Igreja Adventista realizou um congresso, no estádio dos Coqueiros, que contou com a presença de 25.000, só na capital do país.Geralmente, o preparo do candidato ao batismo em Angola dura 2 anos. O I ano o candidato freqüenta a classe ouvinte e no II ano, classe batismal. Esse fato acontece para que "as boas novas da salvação" se tornem claras e o batismo seja um ato consciente.

Desfile de desbravadores pelas ruas da capital 








Na década de 60, começaram a funcionar cursos intensivos de Educação doméstica, com a duração média de três semanas. Entre as obras impressas, destacam-se: O nosso lar, por Ernesto Ferreira, Manual de Culinária, de Amália Santos, Emília Chaves, Irene Ferreira, Arline Hermanson, Irmã Jewell, Isabel Rodrigues e Irene Valente; Tratamentos simples, de Leona Parsons, Lídia Maurício, Mabel Parsons, Mariana de Sá, Mercedes Esteves e José de Sá; Confecção de roupas, de Ilda de Vasconcelos; Conselhos às mães.

Obra médica

A obra médica no Bongo começou com a chegada do Dr. Archie N. Tonge, em outubro de 1926, da Universidade de Loma Linda, Califórnia,vindo a fase primitiva do Hospital a ser inaugurada em 1929.

Em 1931, o Dr. Tonge foi substituído pelo Dr. Roy Burlew Parsons também formado na Universidade de Loma Linda e sua esposa D. Mabel, como enfermeira.

Hospital Adventista do Bongo - Bongo Mission Hospital [1](Bongo Mission Hospital)Em 1931 chegava a enfermeira Miss Ruth Johnson, tendo permanecido até 1960.

Em 1953, chegava o médico italiano, o Dr. Elio Moretti, que exerceu o seu ministério até 1956. Em 1957 o Hospital do Bongo foi enriquecido com mais uma nova aquisição da miss Alberta Hodde, que depois de ter trabalhado no Sanatório e Hospital de Boulder, Colorado (E.U.A) e ter trabalhado no Hospital Silvestre do Rio de Janeiro.

Dr. R. B. Parsons e funcionários de Enfermagem do Hospital do Bongo [1]Em 1 de Abril foi inaugurada a escola de auxiliar de enfermagem. Foram ministradas disciplinas como: Elementos de anatomia e fisiologia, arte de Enfermagem, Relações profissionais e pessoais, Higiene, religião e Hidroterapia. Entre os professores destacam-se: Miss Hodde, D. Mabel Parsons, Pastor Mário Abel.

Em 1961-62 foi montado o laboratório de Análises Clínicas, sob a direção do Dr. Roy Parsons, auxiliado por Robert Parsons. Nessa época, muitas pessoas tiveram sua pernas amputadas devido à "bitacaias", uma espécie de pulgas que alojam, principalmente, nos dedos dos pés. Se não forem extraídos, com alfinete, a tempo provocam uma infecção violenta na parte afetada. Acredita-se essas pulgas tenham sido transportadas da América Central para África, de navio, e fizeram seu habitat.

Em 1972, uma nova adição se efetuou com a chegada do Dr. Gideon Marques e sua esposa. Em 1974, o hospital do Bongo contava com o seguinte quadro: Dr. David J. Parsons, Dr. Roy B. Parsons, Dr. Gideon Marques, Dr. Helio Rocumback, Monique Tallé (Enfermeira chefe), James Holder (Raios-x), Robert Parsons (Laboratório) e as enfermeiras, Leona Parsons, Perciliana Leça, Amália Santos, Benvinda Marques, Celeste Rica e Érika Witschi.

Vale salientar também que pelo Bongo passaram, entre outras, a Senhora Moore (EUA), Sra Fourie (África do Sul), Enfermeira Ruth Johnson (EUA), Enf. Lucas Kahuri, Valério, Samuel, Jobino Chipombo e outros.

Depois da independência de Angola, o Hospital foi, temporariamente, reassumido pelo Dr. Ferrán Sabaté e esposa (1980-82), Enfermeira Victoria Duarte (1981-82), Dr. O. Vergères e Dr. Butho Va (1986-87). Na década de 90, a obra médica foi representada pelos seguintes médicos angolanos: Dr. Isaac Ngola, Dr. Celso Almeida e Dr. Aarão Zaqueu. 

Mensagem pela rádio 

A mensagem Adventista começou a ser irradiada em programas semanais denominados “ A voz da profecia” através das seguintes emissoras, até 1975. Rádio clube de Benguela (desde 1953), Namibe (1958), Huambo (1958), Luena (1958), Malanje (1960) e “Voz de Luanda (1964).

Funciona desde 1958 curso bíblico por correspondência (escola bíblica-postal). Em 2 de Dezembro de 1973 foi inaugurado, no Huambo, para as atividades de “A voz da Profecia”. Desde 1989 que a ADRA (Adventist Development and Relief Agency) que vem atuando em Angola na área de desenvolvimento e ajudas de emergências tanto em favor de Igreja Adventista como da população em geral, sem distinção de origem étnica, crença religiosa ou filiação partidária. Em 1977 a ADRA (Ralph Watts) assinou um importante acordo de cooperação com as Nações Unidas (Catherine Bertini) no âmbito do programa mundial de alimentação.


Artigo de F. Cange, extraído do Blog: HUKALILILE (e adpatado para meu blog) para ver o artigo completo, clica : AQUI !



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