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19 março, 2018

POR QUE DEUS NÃO ESTÁ MORTO 2 É RUIM??


No ano passado fiz aqui no blog uma analse do fime de Mel Gibson. Leia :
O sucesso Deus Não Está Morto 2 é a sequência do então filme Deus Não Está Morto lançado em 2014. Ambos do diretor Harold Cronk

Todos sabemos que os dois filmes carregam uma vertente apologética (defesa da fé). O conteúdo ou a ideia desta obra é até interessante. Porque retrata uma realidade vivida por todo jovem cristão em universidades e outras instituições de ensino. 

Em Deus Não Está Morto 2, o problema começa depois que a professora Grace Wesley responde a pergunta de uma aluna, Brooke Thawley (Hayley Orrantia), que está sofrendo com a morte de seu irmão, e que nesta altura começara a estudar a Bíblia. A professora Grace responde a dúvida dela, comparando e apresentando semelhanças entre: Gandhi, Martin Luther King e Jesus Cristo. E para piorar, Grace menciona em sala de aula o texto de Mateus 5:43-45 que diz: 
“Vocês ouviram que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem, para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus. ” 
O objetivo era mostrar apenas que Cristo poderia ser enquadrado entre as demais personagens históricas que já passaram pela terra. Porém, não foi isso que o conselho da escola interpretou. Para eles, a professora estava usando seu cargo para ensinar sua religião em uma instituição não-confessional. 

A prof. é denunciada, é aberto um processo contra ela e, o filme todo gira em torno deste problema. Todo o conselho e direção da Universidade se volta contra a professora Grace Wesley. Ela contrata um jovem advogado, e o processo prossegue na Primeira Emenda.

O PROBLEMA DE DEUS NÃO ESTÁ MORTO

O que torna este filme fraco e destituído de poder, é o fato de o mesmo estar mais baseado em emocionalismo (só para não mencionar os problemas teológicos) do que na razão. Se é uma obra de cunho apologético, deveria, obviamente, se basear em argumentos racionais(e bíblicos) ao invés de sentimentalismo barato. 

Outro ponto que muito me incomoda no filme é a maneira como nele são tratados os ateus. O filme desmerece ateus e os não cristãos. E fica visível que os personagens ateus são pessoas horrorosas, ao passo que os cristãos “anjinhos”. Não sou ateu - porém, não é a Bíblia em Atos 10 e João 3:16 e 10:30 que ensina a amar as pessoas independente de suas crenças? E que todos (ateus, budistas, islâmicos, cristãos, agnósticos, ou seja, TODOS) são criaturas de Deus, e  devem ser tratadas como seres humanos? Pois Jesus morreu por todos (João 3:16) ?? 

Por exemplo, em Deus Não Está Morto 1 (de 2014), a trama gira em torno de debates entre um aluno e seu professor ateu. O aluno, rejeitando declarar por escrito que Deus está morto, arruma encrenca com seu professor ateu que o desafia a debater. O que acontece? Bem, depois de vários debates, o aluno vence com melhores argumentos e toda a turma se maravilha com sua sabedoria. Todos eles, (cerca de 40 alunos) se convertem ao cristianismo. E diante do professor ateu e do aluno “bom de argumentos” levantam-se e declaram em uníssono: Deus não está morto. 

E adivinhem qual foi o fim do professor? Então, ele é atropelado por um carro em alta velocidade enquanto atravessava a estrada. Caindo ele no asfalto e respirando as últimas partículas de oxigênio, quem estava por perto? Um pastor da igreja do aluno que venceu o debate. Ele se dirige ao professor, e tenta fazer algo para salvá-lo enquanto a ambulância não chega. Vendo que não havia mais chance de o professor sobreviver, o pastor segura suas mãos, prega pra ele uma mensagem de arrependimento, pedi pra ele aceitar a Cristo e, finalmente, o professor altamente ateu aceita a Cristo como seu salvador pessoal – se converte ao cristianismo e morre ali mesmo. UAU!! 

Viu quanto emocionalismo? Me diz, que ateu acharia os cristãos pessoas serias e racionais depois de ver a uma cena como esta? Talvez eles têm razão quando dizem que a fé dos cristãos se baseia apenas em sentimentalismo barato e medo de enfrentar as realidades de nosso mundo difícil. 

Em Deus Não Está Morto 2 a cena e história são a mesma. Após várias disputas e debates acalorados entre réus, advogados e testemunhas, a professora Grace Wesley, que corria o risco de perder seu cargo, vence o caso na justiça e ainda tem seu emprego de volta. E de novo, todos os alunos a apoiam e declaram publicamente outra vez: DEUS NÃO ESTÁ MORTO

Outro grande problema aqui é que Grace Wesley, a professora, e o aluno “bom de argumentos”, protagonista principal de Deus Não Está Morto (1), são louvados, exaltados e vistos como heróis, ao mesmo tempo que o Deus que eles alegam não estar morto, É MORTO pela exaltação do homem - criaturas aos invés do Criador.


Depois de ver este filme fiz-me algumas perguntas. Tipo: por que nos filmes Deus Não Está Morto 1 e 2 do diretor Harold Cronk, os cristãos sempre vencem? É realmente assim na vida real? Sei que quando Cristo voltar, aí sim: os salvos serão vencedores para sempre. Porém, nesta vida, os cristãos perderão: empregos, dinheiro, família e posições por causa da fé em Cristo, e em sua palavra. Mas se isso é retratado pela próporia Bíblia (como na história de Jó e de tantas pessoas que conheci nessa minha vida de missão e pregações pelo Brasil e África), por que o filme Deus Não Está Morto não apresenta, sendo um filme de caráter apologético e que usa a Bíblia como regra de fé? 

Creio que Deus Não Está Morto 2 teria mais relevância, seria bem mais verídico e imparcial, se por exemplo: a professora Grace perdesse a causa da justiça, o emprego, e fosse demitida completamente de seu maravilhoso cargo na universidade. E que mesmo passando por todas as estas desgraças,  ela decidisse permanecer firme na fé em Cristo Jesus, tal como disse Habacuque: 
“Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de corda). ”
(Habacuque 3:17-19) 
Infelizmente, não é isso que os cristãos por de trás da produção de Deus Não Está Morto querem apresentar! A teologia da prosperidade tem influenciado os cristãos. Dizem os seguidores dessa crença: “se aceitares a Jesus, tudo vai dar certo em tua vida. ” E é exatamente o que o filme em analise oferece. 

Deus Não Está Morto não é uma obra IMPARCIAL E SÉRIA. Talvez seja por isso que o pastor Ted Giese, associado da Igreja Luterana Monte Olive em Regina Saskatchewan no Canadá, afirmou em uma entrevista: 

“Deus não está morto 2” trata de um tema sério – a perseguição dos cristãos dentro da arena cada vez mais volátil do discurso público – não é um filme sério ou particularmente bom. ”

E enquanto isso, esperemos o DEUS NÃO ESTÁ MORTO 3.






2 comentários:

  1. "Anjinhos" se escreve com "J". E a situação X problema é a realidade vivida por nós cristãos todos os dias no trabalho, escola, faculdade e sociedade em geral. A perseguição é real.

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    1. Oi Rayanne, beleza? Grato por sua visita ao blog. E grato por detectares o erro de digitação que cometi. Também creio como você quando falas que sofremos (cristãos), com os problemas acima mencionados. Porém O filme analisado nessa postagem, é mais de cunho cinematográfico mesmo. Ou talvez digamos, dispensacionalista. Abraços e volte sempre!

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